HISTÓRICO

O III Colóquio Internacional Aprendizados ao longo da vida dá continuidade ao projeto nascido em 2017, seguido pelo ocorrido em setembro de 2021 quando, celebrando os 100 anos de nascimento do patrono da educação brasileira, Paulo Freire, tratou-se o campo da diversidade como força político-cultural para o exercício da democracia — exigência para compreender os diferentes sujeitos no mundo e o mais inovador nas políticas públicas formuladas para a EJA. O campo, seriamente ameaçado nos quatro anos de um governo de extrema direita, viu a extinção de políticas e ações inclusivas para o direito à educação, que fizeram avançar a compreensão de questões étnico-raciais; de gênero; ligadas a comunidades quilombolas e indígenas; a grupos sociais específicos; a pobres, periféricos e populações de rua; a atingidos por barragens; a trabalhadores informais; internos penitenciários e adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas; a agricultores assentados e em busca de terra; a populações sem teto, ciganos, refugiados, cotistas em universidades, pobres escolarizados etc. Todos esses que tentam passar de “alvo” — e “mira” — de uma incompreensível (falta de) política e projeto de nação, para ocupar o lugar que também lhes cabe por direito.

A diversidade não saiu de cena — exigência para compreender os diferentes sujeitos no mundo e ainda o mais inovador nas políticas públicas formuladas para a EJA. Intentamos, a partir desse 2023, inverter o que se vinha vivendo e novamente pôr toda essa população como centro de políticas educativas.

Esse breve histórico se faz indispensável no entendimento da arena de disputas que volta a cercar o campo da EJA — pesquisadores, professores, educadores e estudantes trabalhadores — em defesa do direito à educação e da formação e promoção da dignidade humana — este, um princípio constitucional.

A complexidade de fazeres e modos como se dão aprendizados de sujeitos diversos ultrapassam a formalização da escola, e se espraiam nos múltiplos espaços que educam na sociedade — espaços em que se faz a vida humana pela ação do trabalho, de atividades na família, de inúmeras formas de conceber e compreender o mundo, enfim, em (im)possíveis espaços criativos e criadores do “ser” humano em sociedades democráticas.


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